“Já faz 17 anos que jogo power soccer. Na primeira vez em que fui a um treino, eu tinha cinco ou seis anos, eu era muito novo e não entendia muito bem o que era tudo aquilo, mas… Eu me apaixonei.
Eu poderia participar de competições. Eu seria capaz de praticar um esporte sozinho. Naquele momento eu já sabia que havia encontrado o esporte perfeito para mim. Era eu quem estava jogando. Era eu quem estava sendo competitivo, e isso permitiu que eu me tornasse um atleta e competisse em alto nível.
Quando fui diagnosticado com AME, não sabia se ainda poderia ou não praticar algum esporte. Eu nasci com essa doença, ela faz com que meus músculos enfraqueçam com o tempo, tornando coisas simples, como comer, entre outras tarefas gerais, algo muito difícil.
As expectativas sobre mim não eram muito altas, então sempre busquei ir além e quebrar algumas barreiras, eu acho. O sentimento de querer sempre me esforçar e superar as expectativas, isso é muito importante para mim.
Meu pai é meu treinador desde que comecei, então aprendemos sobre o jogo juntos. Ele é quem mais me motiva, mas também é meu maior fã. É uma forma divertida de criarmos um laço, juntos aprendemos sobre o jogo e ganhamos quatro campeonatos nacionais, além disso, vamos disputar o quinto título daqui duas semanas. Então é isso mesmo, toda essa experiência vem sendo muito divertida.
Todos os times pelos quais passei são equipes muito unidas, seja o clube de Minnesota ou a seleção nacional dos EUA. Somos um grupo incrivelmente unido. Fora das quadras, raramente falamos sobre futebol, conversamos sobre coisas aleatórias. Nós somos pessoas comuns, que usam as rodas em vez dos pés. Sou um atleta, um designer e muito ligado à família.
Sempre quis ser o mais normal possível. Eu busco expressar meus interesses por esportes, design e acessibilidade, em vez de focar unicamente nos aspectos ruins sobre minha deficiência. Sim, é difícil. É algo diferente, mas vamos seguir com a vida. Levou um tempo até eu conseguir aceitar tudo isso, mas é nesse ponto em que estou agora.”